segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aldeia Nativa - Xamanismo em Minas Gerais



CAMINHAR EM BELEZA - A ESSÊNCIA DA PRATICA XAMÂNICA


Depois de uma caminhada vivencial com práticas de xamanismo, na Serra do Cipó, um participante compartilhou comigo sua experiência - disse que não tinha idéia do quanto aquela simples atividade o tocaria e o faria refletir sobre suas posturas na vida. Depois me perguntou – Porque as pessoas não praticam o Xamanismo, já que essas práticas nos fazem tanto bem?

O que experimentou o participante na caminhada é comum a outras pessoas, que também vivenciam mudanças internas importantes com a prática do Xamanismo.

O tema se tornou popular nas últimas décadas, objeto de interesse, curiosidade e ao mesmo tempo estranhamento.

O xamanismo existe há milhares de anos. Há registros na Sibéria, América do Sul, América do Norte, China, Índia, Tibete, África e Austrália, em épocas remotas. No entanto, suas práticas foram negligenciadas pelo modelo mecanicista de ciência presente em nossa cultura até o século XX que concebeu o homem como criatura confinada à função corporal e cerebral.

Mas o que há de tão especial em suas práticas?
A resposta a esta pergunta está na possibilidade de desenvolvimento integral que o Xamanismo encerra. O Xamanismo percebe o ser humano em sua totalidade, englobando os aspectos físicos, energéticos, emocionais, mentais e espirituais, integrado à natureza, que é sentida e respeitada como sendo uma única família, a família do Grande Espírito.

Esta visão sistêmica coincide com o paradigma moderno da ciência contemporânea que considera nossa natureza como multidimensional e nos coloca como redes de complexos campos de energia em contato com o sistema físico e celular.

O Xamanismo é uma prática altamente integrada e holística com modelos e ferramentas de crescimento pessoal e grupal com métodos de cura de altíssimo nível de eficácia, o que explica o crescente interesse de pessoas, profissionais e até mesmo organizações que se voltam para elas na busca de equilíbrio, bem estar, desenvolvimento espiritual. Até os mais modernos treinamentos empresarias tem sofrido a influência destas práticas, é o caso dos treinamentos o ar livre, com praticas vivenciais que usam modelos de crescimento pessoal e grupal muito parecidos com algumas propostas xamanísticas de contato com a natureza.

Em 1985, foi criado nos EUA um grupo intercultural de pesquisas entre cientistas americanos e pajés hopi para tentar compreender como a ciência hopi conseguia curar cânceres quando a tecnologia americana tinha fracassado. (Patrick Drouot).

As práticas xamânicas proporcionam um contato real com um rico e profundo universo subjetivo, com a possibilidade de aumentar nossa energia disponível e poder pessoal trazendo força, vitalidade, equilíbrio, bem-estar, saúde e paz para vivermos melhor nossa aventura pessoal.

Basicamente o que se busca alcançar com a prática do Xamanismo é uma mudança de consciência que abre novas portas de expressão, expansão, cura e bem estar.

Cada cultura nativa desenvolveu, no entanto, seus próprios métodos para ampliação da consciência. Na visão xamânica da Tradição Nativa Americana, conhecida como Caminho Vermelho, tudo aquilo que cura o corpo, a mente e o espírito é considerado Medicina. Cura significa tudo que ajuda o indivíduo a se sentir mais integrado e harmonizado consigo mesmo, com a natureza e com todas as formas de vida. Para encontrar a cura de um desafio ou problema pessoal, os Ancestrais poderiam usar as Jornadas Xamânicas, espécie de meditação conduzida ao som de tambores, Resgate de Alma, que utiliza os dons intuitivos do Xamã para dissolução de bloqueios energéticos, Temaskal, uma espécie de sauna de purificação conduzida de forma ritualística, Contação de Histórias de sabedoria, danças, rituais, ou ainda caminhadas pelas florestas e montanhas em busca de indicações ou sinais da natureza que pudessem auxiliá-los na cura.

No Xamanismo Mexicano, ou Tolteca, que ficou conhecido pelas obras de Carlos Castanheda, os estados ampliados de consciência são atingidos pelos Passes Mágicos, uma série de movimentos corporais que ampliam a energia de quem pratica; pela recapitulação, uma espécie de meditação e pela espreita na qual os praticantes observam seus comportamentos na tentativa de modificar seu estado de energia.

O Xamanismo brasileiro rico em conhecimentos ligados à flora amazônica influenciou seitas como o Daime, a UDV, etc. Apesar de muitas pessoas ligarem Xamanismo ao uso do Ayuasca, na verdade esta prática está presente apenas no Xamanismo Brasileiro, oriundo dos povos das florestas.

Cada povo nativo, com seus diferentes métodos busca restabelecer os laços com nossos Guias ou Auxiliares de Cura.

Qualquer pessoa pode também se beneficiar desta antiga sabedoria. O Xamanismo atual, ou Neo xamanismo pode ser definido como a capacidade natural humana de abrir-se a outro tipo de consciência, de entrar em contato com outras realidades, outros reinos de consciência como, por exemplo, a consciência das plantas, dos animais, das forças da natureza, dos guias e ancestrais, do Grande Mistério. Um Xamã percebe a grande teia da vida e interage com ela. Procura modificar sua energia, ampliando-a, sem medo de descer ao seu inferno pessoal para transmutá-lo e integrá-lo. É por esta razão que o Xamanismo é uma prática de profundo auto-conhecimento e integração.

Este é convite a quem quiser aventurar-se neste conhecimento milenar. Mesmo em nosso mundo agitado de hoje é possível encontrar esse Caminho de Cura, se o buscador se dispuser a ler e a entender os sinais da natureza, entendendo que nós também somos natureza. Este é o papel do xamanismo hoje. Ajudar as pessoas a se reconectarem com aquilo que elas têm em si mesmo que as auxilia no processo de equilíbrio e transformação da consciência.

Foi por esta razão que meu amigo conseguiu perceber, na caminhada, algo que há muito vinha lhe incomodando. Ele se abriu para outro tipo de consciência e como dizem os ancestrais do Caminho Vermelho, do Xamanismo Norte Americano, ele conseguiu naquele instante, “Caminhar em Beleza” e seu problema foi então, visto sob outra perspectiva.

Denise Mascarenhas
Guardiã da Aldeia Nativa
Estudiosa das Culturas Ancestrais do Caminho Vermelho
www.aldeianativa.com.br – 8733 9301


domingo, 23 de setembro de 2012

Os Escoceses



Os escoceses (em gaélico escocês: Albannaich; em inglês: Scottish people ou Scots) são os membros de um grupo étnico indígena da Escócia. Historicamente surgiram de uma mistura de povos celtas como os pictos, os gaéis e os britãos.
Atualmente o termo se refere a qualquer indivíduo nascido na Escócia, ou que tenha ligações genéticas ou origens familiares naquele país. O termo latino Scotti originalmente se referia a uma tribo gaélica específica, do século V, que habitava a Irlanda.
Embora seja tradicionalmente considerada uma forma arcaica ou pejorativa, o termo Scotch também é utilizado para se referir ao povo escocês, embora principalmente fora do próprio país.
Diversas pessoas de descendência escocesa vivem em outros países; a emigração, influenciada por fatores como as Highland e Lowland Clearances, a participação escocesa no Império Britânico e, posteriormente, o declínio industrial e o desemprego, fizeram com que os escoceses se espalhassem pelo mundo.
Grandes comunidades escocesas habitam terras do Novo Mundo, como as Américas do Norte e Sul, Austrália, Nova Zelândia. A maior população de descendentes de escoceses no mundo se encontra nos Estados Unidos, seguido pelo Canadá; estes imigrantes levaram consigo a língua escocesa e a cultura de seu país.
O próprio território da Escócia presenciou diversas migrações e a chegada de diferentes povos nos diferentes períodos de sua história. Os gaélicos de Dál Riada, os pictos e os britões tinham seus respectivos mitos de origem, assim como a maior parte dos povos europeus da Idade das Trevas.
Povos germânicos como os anglos e os saxões começaram a chegar no país no início do século VII, enquanto os nórdicos colonizaram diversas regiões da Escócia a partir do século VIII.
Na Alta Idade Média, a partir do reinado de Davi I da Escócia, inciou-se alguma migração vinda da França, Inglaterra e dos Países Baixos; diversos sobrenomes tradicionais escoceses, incluindo Bruce, Balliol, Murray e Stewart, chegaram no país neste período.


Por que os escoceses usam "saia"?

Por Fred Linardi

Para começar, não é exatamente uma saia - ai de você se chamar o kilt de saia na frente de um escocês! No final do século 14, ele já era usado pelo povo gaélico, que vivia na Irlanda.
Com a migração dos gaélicos para a região úmida e chuvosa das Highlands, no norte e no oeste da Escócia, o aparato foi adotado pelos escoceses da região. Os kilts serviam para a proteção contra a umidade e o frio típicos de lá. O tecido era feito de lã escovada, que impermeabilizava a água. Naquela época, a peça única era presa ao corpo, como um tipo de manto. É aí que está a origem do nome "kilt", que, na antiga língua falada na Escócia, significa o ato de "prender uma roupa no corpo".
O tipo de xadrez do kilt (chamado de tartan) mudava de estampa de acordo com o clã daqueles que o usavam. A peça atual, em formato de saia, é criação escocesa e só passou a ser usada a partir do século 18. No século seguinte, foi adotada como símbolo de identidade nacional e hoje é vestida por cidadãos escoceses e de outros países, como Inglaterra, em ocasiões diversas, como festas formais, eventos da moda ou pela platéia de jogos esportivos.

sábado, 15 de setembro de 2012

Grandes Tribos, Grandes Chefes


Os Sioux ou Dakota eram a mais numerosa e poderosa tribo do oeste da América do Norte, separados no entanto por várias subdivisões.
Os Sioux Santee viviam nas florestas de Minnesota e, durante alguns anos, foram recuando no seu território face ao avanço para oeste dos “Cara-Pálidas”. Corvo Pequeno dos Santee Mdewkanton, depois de ser levado a uma viagem pelas cidades do leste, convencera-se de que não poderia haver resistência ao novo poder militar dos Estados Unidos.

Wabasha, outro chefe dos Santee, também aceitara o inevitável mas, tanto ele como Corvo Pequeno estavam determinados, após um 1.º Tratado, a se oporem a qualquer outra redução das suas terras.



Mais a oeste, nas grandes planícies, viviam os Sioux Teton, todos índios cavaleiros e completamente livres. Estavam bastante aborrecidos com os seus primos Santee das florestas por terem capitulado diante dos colonos. Mais numerosos e mais confiantes na sua capacidade de defender o seu território eram os Sioux Tetons Oglalas.

O chefe principal era Nuvem Vermelha, um astuto chefe que obteve grandes vitórias militares e políticas na sua luta contra o crescente avanço dos “Cara-Pálidas”.

Ainda muito jovem para ser guerreiro e chefe nessa altura, era Cavalo Doido, Crazy Horse, um inteligente e destemido adolescente Oglala. Quando herdou a chefia da sua tribo, tornou-se uma lenda. Foi o único chefe tribal que nunca perdeu uma batalha militar contra os “Casacos-Azuis”. Morreu assassinado aos 38 anos numa armadilha previamente montada pelos “Cara-Pálidas” com a colaboração de um renegado da sua tribo.


 Entre os Hunkpapas, uma divisão menor dos Sioux Teton, um jovem com apenas 25 anos, já conseguira grande reputação de caçador e guerreiro. Em conselhos tribais defendeu sempre a oposição radical a qualquer invasão dos “Cara-Pálidas”.

Era Tatanka Yotanka, Sitting Bull o Touro Sentado. Junto com Cavalo Doido fariam História em 1876 “chegando a roupa ao pêlo” ao poderoso exército norte-americano em Little Bighorn, infligindo-lhe uma das maiores derrotas militares da sua História.






Cauda Pintada era o principal chefe dos Sioux Tetons Brulé que viviam nas planícies do extremo oeste. Cauda Pintada era um vigoroso e bem disposto índio que gostava de festas alegres e índias bonitas… Adorava o seu modo de vida e das terras em que vivia mas estava disposto a negociar para evitar a guerra. Os Tratados de Paz negociados nunca foram cumpridos pelos “Cara-Pálidas”